Ao Cantar do Galo (várias notícias) corrigir

 1)    in O Democrata de 9 de Maio de 1936:

 

“Ao Cantar do Galo”

“Como é sabido anda em ensaios pelo Grupo Cénico do Club dos Galitos uma revista regional em 2 actos e 11 quadros de que são autores os srs. José Vinício Meireles e Manuel Vilhena. Esses ensaios, dizem-nos, vão bastante bastante adiantados e a revista, que tem 28 números de música, deve ser representada, em première, no dia 30 do corrente mês, se não surgir qualquer contrariedade.

Da parte cénica encarregou-se o sr. António José Flamengo, da musical o sr. Alexandre dos Prazeres Rodrigues e das marcações coreográficas Sebastião Amaral com a colaboração do distinto pianista, Luis Manuel Rodrigues.

O grupo compõem-se de 60 figuras, aproximadamente. A saber: Carolina Lemos, Maria d’Apresentação Limas, lourdes Teles, Maria Augusta Amaral, Maria José Couceiro, Maria Ávia Ferreira, Amélia Nogueira, Antónia do Vale, Maria Morais Gamelas, Maria do Amparo Matos, Deolinda Borrego, Salomé Borrego, Otília Lemos, Aurea Ferreira, Carolina Velhinho, Enoi Sarrazola, Elia Rodrigues da Silva, Rosa do Vale, Aidé Pires, Estefania Pires, Felismina Carvalho, Sofia Costa, Amélia Albuquerque, Laura Albuquerque, Democracia Graça, Alice Pinto e Conceição Moreira. José Duarte Vieira, Mário Teles, Abel Costa, Firmino Costa, Leonel Silva, Hermenegildo Meireles, Nuno Meireles, Sebastião Amaral, António B. Marques, Agnelo Coelho, Francisco d’Oliveira, Valentim Oliveira Martinho, Florentino Maia, Manuel d’Oliveira e Silva, Vinício Vilar, Jaime Mourisca, Aníbal Ramos, Paulino d’Oliveira, João Moreira, José Larangeira, José Casimiro, Amilcar Lourenço, Baldomiro Coelho, Joaquim Marcos, Aurélio Campos, Carlos Gamelas e Carlos Rodrigues.

 João Evangelista é o ponto e o sr Tenente Natividade e Silva o contra-regra. Os cenários estão sendos pintados a capricho por Manuel Tavares, João de Oliveira, Edmundo Trindade e Silva, João Salgueiro, Carlos Júlio, João Limas, Otelo Moreira e Angelo Chuva, os dois últimos, artistas da Vista Alegre.

A revista Ao cantar do Galo destina-se, pois, a um novo sucesso dos nossos amadores, tanto mais que entre êles há vozes muito apreciáveis, que, de certo, interpretarão a preceito, os inspirados originais de Nóbrega e Sousa, muito conhecido no meio lisboêta pelas suas valsas, Alexandre Prazeres, António Lé, Leonildo Rosa, Herculano Rocha, Manuel Correia Martins, Armando Silva, Luís Manuel Rodrigues e Nuno Meireles, visto todos se terem empenhado em apresentar música excelente, a condizer com o fim em mira, que é divertir sem agravar.

Augurâmos ao Grupo, que escolheu para a sua Direcção João Ferreira de Macêdo, António da Costa Ferreira, Hermenegildo Meireles, José Duarte Vieira e José Vieira de Oliveira Barbosa, um magnífico acolhimento por parte do público e da crítica a que vai sugeitar-se.

 

 

2)   in O Democrata de 16 de Maio de 1936:

 

 

 

3) in O Democrata de 30 de Maio de 1936:

 

 

4) in O Democrata de 6 de Junho de 1936:

 

 

5) in O Democrata de 13 de Junho de 1936:

 

 

 

 

 

6) in O Correio do Vouga de 13 de Junho de 1936:

 

         Ao cantar do Galo

 

         “É hoje, às 21.30 que se efectuará no Teatro Aveirense a apresentação da Revista regional (fantasia em 2 actos e 13 quadros) – “Ao cantar do Galo” já anunciada por algumas vezes, mas só hoje realizada.

         São seus autores José Vicínio Meireles e Manoel F. Vilhena e tem 20 números de musica original de – Nobrega e Sousa, Alexandre Prazeres, António Silva, Luís Manoel Rodrigues, e Nuno Meireles. Na Revista entram os seguintes grupos:

         Romeiros – Polícias de turismo – Leiteiras – Engraxadores – Mulheres das camarinhas – Tricanas e Descarapuçados – Malmequeres – Basket – Hokey – Ténis – Hipismo – Atletismo – Salineiras e marnotos – Modernistas – Cornetas e assobios – Mexilhões – Leitões – Ovos moles – Espumante – Higienistas – Marujos – Pescadores.

         E tem os seguintes quadros:

         1º - Canta o Galo; 2º - No coração da cidade; 3º - Encanto e poesia; 4º - Malmequeres (fantasia), 5º - Viva o desporto; 6º - Montes de sal (fantasia); 7º - Modernistas (cortina); 8º - Feira Nova; 9º - Especialidades da região; 10º - Espumante (fantasia); 11º - Aveiro de noite; 12º - Rumo ao Forte; 13º - Regresso ao Lar (apoteose).

         A direcão cénica da revista é de António José Flamengo, tem ela lindos cenários e compõe-se de bailados de Sebastião Amaral e António Flamengo.

         Um luxuoso guarda-roupa foi confecionado pelo “Costumier” Jaime Valverde e acompanhará a execução da revista uma Orquestra-Jazz sob a direção de Alexandre Prazeres.

 

7) in O Democrata de 20 de Junho de 1936:

 

“Ao Cantar do Galo” no Teatro Aveirense

Todos os espectadores se sentem entusiasmados

 

         Escrevemos ainda sobre a agradabilíssima impressão que nos deixou o espectáculo de sábado pelo Grupo Cénico do Club dos Galitos, em bôa hora organizada com um explêndido número de amadores de ambos os sexos, que sabem apresentar-se e dizer sem afectação, naturalmente, como é mais apreciável, sem esfôrço. Representou a anunciada revista regional fantasia em 2 actos e 13 quadros, Ao cantar do Galo, que tem 28 números de música original, toda lindíssima. E foi posta em cena com cenários apropriados, alguns de surpreendente efeito, e um luxuosíssimo guarda-roupa do conhecido costumier Jaime Valverde.

         Casa à cunha, completamente cheia, a transbordar. E aplausos fartos, vibrantes, merecidos – sem favor.

         Canta o Galo é o seu primeiro quadro, o quadro da entrada. Não podia principiar melhor pela comunicativa alegria de que é revestido. José Vieira é o compère; Lourdes Teles a 1ª comère. Ambos à vontade. Ajustam bem os seus papeis, completando-se. Depois temos  No coração da cidade, as cênas dos Arcos, com leiteiras, mulheres das camarinhas, engraxadores, etc., que desperta hilariedade. Segue-se o Encanto e poesia, de excelente efeito, sobretudo a parte passada no Parque. Malmequeres, é o 4º quadro, que arrebata pelo mimo e pelo desempenho confiado a Carolina Lemos. Viva o desporto! – é o fecho do 1º acto.

         No 2º temos: Montes de sal, de atraente efeito devido ao cenário, à marcação e à música que movimenta as salineiras. Muito interessante também o 7º quadro, Modernistas, ao qual se segue Feira Nova, explêndida charge que provoca o riso; Especialidades da região, onde entram os ovos moles, o folar, o bôlo de 24 horas e a cavaca de S. Gonçalinho, tudo ornado de bôa música; Espumante, que deslumbra pelo conjunto; Aveiro de noite, onde aparece um dos melhores trechos da cidade; Rumo ao Lar (apoteose) com que termina a revista, incontestavelmente a melhor coisa que de há anos a esta parte os nossos amadores têm representado.

         O que aí fica, porém, descrito, sem pretenções a crítica, é um pálido reflexo do que vimos e o público apreciou e elogia sem reservas.

       Mas há mais que é preciso destacar. Já falámos em José Vieira, Lourdes Teles e Carolina Lemos, que de malmequer, graciosa e jovial, transita para o papel de mendiga, revelando-se uma artista; Maria da Apresentação Lima, cantando e dançando é um espumante de se ingerir e pedir logo… bis; Maria Augusta Amaral, como alvo, satisfaz os mais exigentes… conquistadores; a azougada Antónia do Vale se perde com a indumentária, por outro lado ganha pela graça que revela; Maria José Couceiro, de séta, indica tudo; Maria Ávia Ferreira deu-nos uma feira nova atraente e Deolinda Borrego um bom folar… E a irmã Salomé Borrego? Que louça fina!… De resto, Estefânia Pires, no patrão da lancha e Amélia Nogueira, Maria Morais Gamelas, Maria do Amparo Matos, Aurea Ferreira, Enoi Sarrazola, Carolina Velhinho, Elia Silva, Amélia Albuquerque, Felismina Carvalho e Sofia Costa, nos outros papeis que lhe fôram confiados, não desmancham o conjunto, antes pelo contrário. Isto quanto ao elemento feminino, porque na outra parte temos também de destacar Firmino Costa, Mário Teles, José Maria Rodrigues e João Moreira pelas suas criações.

         Sebastião Amaral e Nuno Meireles, sem nome feito, seguem as suas tradições; António José Flamengo, embora cumprindo, achámo-lo deslocado; e Hermenegildo Meireles, Agnelo Coelho, João Marques, Leonel da Silva, Francisco de Oliveira, Aníbal Ramos e Florentino Maia não se póde, como amadores, exigir-lhes mais. Esta é que é a verdade. Por onde se conclue que a revista Ao cantar do Galo, belamente ensaiada por António José Flamengo, com música lindíssima, habilmente regida por Alexandre Prazeres, cenários de efeito, pintados a capricho por Otelo Moreira, da Vista Alegre; Gaspar Liorne, do Porto e pelos operários da Fábrica Aleluia, desta cidade, João M. Oliveira, Edmundo Curralo, Carlos Júlio Duarte, Lourenço Limas e João Salgueiro, tem garantido em toda a parte onde se represente absoluto êxito.

         É que foram felizes os seus autores, José Vinicio Meireles e Manuel Vilhena, em tudo; primeiro em encontrar um grupo gentil, encantador, de tricaninhas com vocação para o teatro; segundo na escolha dos rapazes e terceiro em conseguirem música variada, agradável, excelente, como aquela que nos dão Nóbrega e Sousa, compositor de reconhecidos méritos; Luiz Manuel Rodrigues, António Lé, Alexandre Prazeres, Leonildo Rosa, Armando Silva, Manuel Correia Martins e Nuno Meireles.

         De propósito deixámos ficar para remate, os córos e os bailados que tanto alegram a revista.

         Como tudo isso faz vibrar entusiasticamente a sensibilidade da nossa alma, dando vida ao coração!

         Depois, Laurelio Guimarães e Mário Pessoa tiram tais efeitos de luz com o fóco assestado para o palco que exigir melhor – só no céu!…

         Parabens, muitos parabens aos que nos dão ensejo de assim escrevermos e apreciarmos, com a maior sinceridade o cantar do Galo na nossa terra.

***

         Ao cantar do Galo repetiu-se na quinta-feira com igual interêsse a ponto de se esgotar a lotação da casa e sóbe de novo, à cêna, depois de àmanhã, segunda-feira, constando-nos que já estão tomados muitos bilhetes.

         A quarta representação será em Coimbra na noite de 27 e a seguinte em Viana do Castelo, não estando, porém designado o dia.

***

         A propósito, na edição de ante ontem do Diário de Coimbralê-se:

         “ É já no dia 27 do corrente, que vamos vêr, nesta cidade, o famoso grupo cénico do Club dos Galitos, de Aveiro, no desempenho da revista regional fantasia, em 2 actos e 13 quadros, Ao cantar do Galo.

         Não é desconhecido do público de Coimbra o sucesso que a referida revista obteve em Aveiro, noticiado em todos os jornais da região.

         É de registar que, tanto a revista como os seus 28 números de música, são originais.

         Segura de equílibrio, com bom desempenho, tem ainda a fortalecer-lhe o êxito, os números cantados por amadores de voz cuidada, e alguns deles – com bôa educação e timbre clássico.”

         E depois de mencionar os nomes dos autores da letra e da música:

         “Pela afluência de público às bilheteiras do Teatro Avenida, é de crer que vai ter uma grande casa, o grupo amador de Aveiro.

         Os bilhetes se assinatura são mantidos nas bilheteiras do teatro, até o dia 21, sendo dessa data em diante postos à venda no Café Restaurante de Santa Cruz.”

 

 

 

8) in O Correio do Vouga de 27 de Junho de 1936:

 

 

 

 

9) in O Democrata de 27 de Junho de 1936:

 

“Ao cantar do Galo” gemem os prelos e o público inteira-se do que é a famosa revista.

 

“Representou-se pela 3ª vez na segunda-feira a revista que o Grupo Cénico do Club dos Galitos poz em Cêna,voltando a encher-se a casa por completo e a repetir-se, talvez com mais intensidade, os aplausos.

         Eis o que alguns jornais dela dizem:

         Da Gazeta de Coimbra, o jornal mais antigo que se publica na vela cidade universitária, recortâmos:

         “Um grupo numeroso de pessoas de Coimbra, a convite dum bom amigo, foi de longada até à lindíssima cidade de Aveiro afim de assistir à apresentação do Grupo Cénico do Club dos Galitos que nessa noite levava à cena a revista regional Ao cantar do Galo.

         Aquele nosso amigo, aveirense de pura gema, mas que reside em Coimbra há muitos anos, não deixando de querer tanto à nossa terra como à sua, tinha-nos dado, a traços largos, uma ideia do que era a peça a que iamos assistir.

         Partimos convencidos de que iriamos presenciar mais uma das muitas récitas de amadores, embora de ante-mão soubessemos que os amadores drmáticos da linda “Veneza Portuguesa” teem marcado com brilho o seu lugar, pois ali assistimos às primeiras de A Caldeirada, de A Mascote, em companhia do saudoso Dr. José Rodrigues, de A Nossa Escola e agora à de Ao cantar do Galo.

         A esta revista de costumes locais dá um grande brilho o grupo interessante de raparigas que nela tomam parte. Cheias de vivacidade e de alegria, sorridentes sempre sem se ridicularizarem, marcam, com aprumo e distinção todos os numeros que o seu ensaiador lhes ensinou.

         Boa música, música ligeira, de revista, cantada pelos lábios lindos das mais lindas tricanas de Aveiro, faz vibrar de entusiasmo o mais sizudo dos espectadores, transmitindo-lhe um pouco da sua esfusiante alegria.

         O guarda-roupa é lindíssimo e os cenários excelentes.

         As marcações originais e de um raro efeito cénico movimentam as cenas por forma desuzada, realçando dentre todas a do quadro Montes de Sal.

         Todos os amadores se houvera por forma a não desmanchar o conjunto. Não podemos, porém, deixar sem referencia especial Lourdes Teles, Maria Lima, Maria Amaral e Carolina Lemos, a gentil vendedeira de malmequeres.

         Sebastião Amaral, António Flamengo, Mário teles, Firmino Costa e Nuno Meireles, desempenham com brilho os papeis que lhes forma confiados.

         Ao nosso amigo Alexandre Prazeres as nossas felicitações, não só pelos números que musicou, mas muito especialmente pelo trabalho exaustivo que representa a afinação dos córos, que são impecáveis e pela maneira firme, despretenciosa, mas elegante, com que dirigiu a orquestra.

         Coimbra vai no dia 27 ter o prazer de ouvir o Grupo Cénico do Club dos Galitos e não se arrependerá de ir ao Teatro Avenida aplaudir o gentilíssimo grupo de raparigas da cidade amiga, que é Aveiro.”

                                                                                    J.A.

 

         A Aurora do Lima, de Viana do Castelo, também escreve:

         “A Aveiro foram daqui algumas pessoas assistir à primeira representação da revista Ao cantar do Galo. Vieram encantadas, não só pelas atenções com que as cumularam, como pelas respeitosas condescendências tributadas.

         Da peça  e dos seus intérpretes, dizem-nos maravilhas.

         Na vitrine da Casa Bernardo Dias estão algumas fotografias, pelas quais os leitores podem avaliar da gentileza e carridice dos desempenhantes da peça – que Viana terá ocasião de ver no Teatro Sá de Miranda, aí para 12 do mês que vem.

 

       E o Diário de Coimbra, diz:

Poucas vezes se verifica tão palpitante entusiasmo por uma representação e amadores, como aquêle que se vem manifestando pela próxima visita do Grupo Cénico do Club dos Galitos de Aveiro, que no próximo sábado 27, leva à cêna no Teatro Avenida, a movimentada e graciosa revista fantasia denominada Ao cantar do Galo.

         Não tem esta notícia qualquer carácter de reclamo tanto mais que, segundo nos informam, a procura de bilhetes é de molde a grantir uma casa à cunha, mas apenas uma simples informação aos nossos leitores habituais de espectáculos dêste gènero, de que, irão assistir num ambiente de sorriso, em que são férteis as lindas môças aveirenses, a uma revista cheia de côr e alegria que, por vezes, nos dá uma nítida impressão de um espectáculo de profissionais.

 

       Da Independência de Águeda:

 

         Ovos mol’s são maravilha

         de seduzir tôda a gente;

         é manjar que sempre brilha (bis)

         um delicado presente.

       

       première da grande revista Ao cantar do Galo estava marcada para as nove e meia da noite, do dia 13, dêste junho ventoso, no Teatro Aveirense.

         Casa cheia, à cunha.

         Luz. Flores. Ansiedade. E às nove e três quatros, precisamente, para não quebrar velho hábito português (quinza minutos de tolerância) subiu o pano.

         Ora, as tricanas de Aveiro têm, por mundos àlém, fama de lindas. E são lindas mesmo. Mas ali, nos diversos números da revista, raparigas tôdas novas, cambiantes de luzes, policromia de côres, bailados de olhos e ritmos de corpos – as suas silhuêtas no tablado deixaram de parecer vulgaridades mortais, por que mais se assemelhavam a anjos querubins em festa no azul translúcido do olimpo. E anjos deviam ser naquela noite de gala para a terra aveirense.

         Tôdos os números da grande revista agradaram imensamente, muito aplaudidos. Mas devemos destacar, como melhores, os seguintes: “Mulheres de Cantarinhas”

 

- Malgas às duas, duas ou três,

por essas ruas haja freguês.

Nós damos duas, duas ou três,

sem falcratúas e duma vez.

 

“Marinhas de Aveiro”, “Malmequeres” e “Vinho Espumôso”.

         Sôbre tudo os dois últimos números são emotivos, de espírito muito fino, porque a música e os bailados apoderam-se da nossa sensibilidade, que não regateia aplausos.

         Revista de costumes regionais e crítica leve, honra o distrito e serve de propaganda para a região.

         Bom gôsto. Lindos cenários. Magnífico guarda-roupa.

         Tendo corrido muito mundo e visto muito teatro, a nossa opinião é que, no género da revista, Ao cantar do Galolimadas pequenas arestas, muito naturais em primeiras representaçãos, pode-se apresentar em tôdos os palcos e deante de tôdas as plateias.

         E porque estamos a ser sinceros diga-se, por verdade, que as vozes, são fracas, salvo Amaral e Meireles. E a nosso vêr a cêna das cólicas no noctivago não devia dar tanto na vista. Graça mais ligeira, bastaria as contorsões de barriga e o cochicho ao ouvido para causar hilariedade. Mais, não, que isso torna-se pesado para sensibilidades delicadas e finas plateias.

         Muito bem, sem exagero de palhaço, José Vieira, no papel de compère. Mário Teles, Marques, Agnelo, José Maria, Firmino Costa, Carolina Apresentação, Maria Amaral, tôdos, finalmente, explêndidos, nos seus papeis.

         E termina a grande revista em uma apoteóse de um barco de pesca, após vibrante declamação de Flamengo, o dinâmico ensaiador.

         Por ali, também, em pinturas, andou dêdo do sr. José de Pinho. Parabéns à cidade.

         Nesta revista mais parecem profissionais que amadores, tôdos os que tomam parte no seu desempênho.

         É a nossa opinião.

 

         Junho de 1936.

 

         Laudelino de Miranda Melo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

10) in O Ilhavense de 27 de Junho de 1936:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

11) in O Democrata de 4 de Julho de 1936:

 

       “Ao cantar do Galo” em Coimbra – vibra também de entusiasmo a plateia do Teatro Avenida, aplaudindo os intérpretes da revista.

 

         O Grupo Cénico do Club dos Galitos deu a primeira récita fora da terra. Foi a Coimbra. E apresentando-se no Teatro Avenida na noite de sábado, fez figura, não nos deixou ficar mal, conseguindo brilhar. Isto não obstante a falta do projector destinado a iluminar alguns quadros e de por parte da orquestra ter havido umas certas aquelas que, todavia, estão longe de atingirem a importância que alguns aveirenses para aí lhe atribuem…

         E que isto é assim vê-se pela maneira como a imprensa da terra se refere ao espectáculo, a principiar pelo Diário de Coimbra, que deste modo se exprime:

         “Trouxe-nos o entusiasmo da alma sempre moça do sr. dr. Abílio Justiça, ao teatro Avenida, o Grupo Cénico do Club dos Galitos de Aveiro.

         Quantos ali foram, disseram: bem haja, sr. dr. Abílio Justiça!…

         Este agradecimento justíssimo, é um dever que registamos com imensa satisfação, tal o encantamento de que inda agora nos sentimos possuídos, pelas horas decorridas sobre o espectáculo, que, possivelmente não veriamos, se não fosse a feliz iniciativa do sr. dr. Justiça.

         Precisamos de ganhar tempo, que nos traga a calmia que necessitam os nossos sentidos, entusiasmados com o que vimos.

         É fácil dizer de um espectáculo de altos e baixos, de números bons e falhados, onde há apenas que registar um ou outro ponto – para bem, ou para mal!…

         Agora numa revista, escrita, musicada, desempenhada e ensaiada por amadores, na qual se podia riscar a palavra amadores sem deslustre de profissionais, é difícil fazer citações.

         O Grupo Cénico do Club dos Galitos de Aveiro é um grupo homogéneo e equilibrado em todos os conjuntos.

         Nada destoa: nem a alegria, nem a vida que lhes empresta elegância, nem o à vontade todos à uma disfrutam no palco.

         Mocidade buliçosa, raparigas lindas e alegres, deve constituir para Aveiro um legítimo orgulho, possuir quem, com tal gargalhada, leve aos quatro cantinhos da terra portuguesa, numa bela manifestação de arte e beleza, os encantos daquela linda cidade.

*

         A peça, escrita despretenciosamente, com graça leve, sem escabrosidades – sempre desnecessárias quando o espírito existe – bem urdida, pintalgada de rábulas despoilantes, cheia de números vistosos e bem marcados, abraçada por música com cunho bem português, encontrou nos seus intérpretes a gente “comme il faut” para o êxito alcançado.

         Não se vêem nesta revista os estafados processos dos choradinhos ridículos, antes se aponta a hora que passa, como motivo de entusiasmo.

         Estão nesta categoria os lindos números de desporto.

         Não queríamos fazer referências especiais; todavia, os números “Polícias de Turismo”, os “Engraixadores”, “Mulheres das camarinhas”, “Tricanas e descarapuçadas” e os números dos desportos, deram-nos o movimento e alegria que caracterizam os espectáculos de revista.

         Como quadros coreográficos de justo relêvo, “Malmequeres” e “Espumante”.

         Naquele, Lourdes Teles, graciosa e elegante “borboleta” dançou, primorosamente, a valsa dolente e encantadora, que a voz bem modelada de Carolina Lemos enriqueceu.

         Em “Espumante”, dois frisos de lindas raparigas encaixilharam a elegância do par, Maria da Apresentação Lima e Sebastião Amaral que nos fizeram esquecer a sua qualidade de… amadores.

         Sebastião Amaral cantou bem, muito bem.

         A sua voz é digna de ser tratada, pois reune todas as condições para sair da vulgaridade.

         E mais? Todos bem.

         Maria Augusto Amaral e amélia Nogueira, em papeis característicos, artistas, Maria Morais Gamelas (a chefe do quadro engraixadores), entusiasmou a plateia; Maria José Couceiro, disse muito bem quanto lhe confiaram; Maria Ávia Ferreira, na 3ª “comére” vestiu com elegância e apresentou os números com sobriedade e distinção; Deolinda Borrêgo, Salomé Borrêgo, Aurea Ferreira, Enoi Sarrazola, Carolina Velhinho, Elia Silva, Amélia Albuquerque, Felismina Carvalho, Sofia Costa e Estefânia Pires, deram a vida e côr requeridas, aos papeis que lhe distribuíram.

         Marcações primorosas.

         Cênas bem pintadasm, algumas com grande classe.

         Guarda roupa simples, bom gôsto e distinção.

         Casa cheia. Fartos e merecidos aplausos.

         Bisados muitos números.

         E a fechar, os nossos sinceros parabens ao ensaidor sr. António José Flamengo, que deve ter regressado a Aveiro compensado pelo seu extenuante trabalho.

         O grande juíz – o público – premiou sem constrangimentos a sua obra.

         Tanto lhe deve bastar.”

                                                                 P.S.

*

         No final do 1º acto, foram lidas duas mensagens da satisfação do grupo cénico do Coimbra Club e Grupo Beneficente Dr. José Rodrigues Oliveira, respectivamente pela srª Júlia santos e sr. João Franco.

         Esta última é do teor seguinte:

HOMENAGEM

         A embaixada de gente moça, simpática e generosa, alegre e artista que hoje nos honrou com a sua visita, após alguns anos de ausência dos nossos palcos, vem testemunhar mais uma vez a sua afeição pela nossa terra, tornando mais fortes, se é possível, os laços de amizade que há muito tempo unem duas das mais lindas cidades de Portugal – Aveiro e Coimbra.

         Vive ainda no coração de todos aqueles que, sob a direcção artística do saudoso dr.José Rodrigues d’Oliveira levaram a Aveiro a alacridade e o ritmo empolgante, definidores da juvenilidade excelsa duma arte que sentida por almas de élite, comunicou ao povo a excelência emocional dum esto creador, a inolvidável recordação do acolhimento de apoteose que lhes dispensou o castiço e indómito povo Aveirense.

         E assim nós que pretendemos ser a corporisação viva do ideal filantrópico que tentalizou a alma do eminente médico e amigo dos humildes, vimos comovidamente trazer-vos com a homenagem das nossas almas agradecidas e expressão do encantamento e da irreprimível alegria que em nossos peitos prorrompe, numa impulsão de fonte a derramar o frescor e a fluída graça de imorredouro afecto.

***

         A revista voltou à cena quarta-feira, no Teatro Aveirense com casa cheia.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

12) in O Correio do Vouga de 4 de Julho de 1936:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


13) in O Povo de Aveiro de 5 de Julho de 1936:

 

 

 

14) in O Democrata de 11 de Julho de 1936:

 

       “Ao Cantar do Galo” – A Imprensa de fora de Aveiro continua a tecer os mais rasgados elogios à famosa revista.

 

Da Gazeta de Coimbra:

         A revista Ao Cantar do Galo, que o grupo cénico do considerado Club dos Galitos, de Aveiro, levou à cena no sábado último no Teatro Avenida, é uma peça sem pretensões, que se vê com agrado, mas que não consegue fugir aos moldes banais das revistas com côr regional, embora a um ou outro quadro se pretenda imprimir um pouco de ineditismo, alicerçando-o em motivos quasi nada fora do vulgar.

         Os autores, srs. José Vinício C. Meireles e Manuel F. Vilhena, esforçaram-se por apresentar um trabalho que se impuzesse pela sua intenção bairrista, e conseguiram – valha a verdade – dar-nos alguns tipos curiosos, alguns aspectos interessantes da vida e costumes da região de Aveiro, procurando emprestar relevo literário áquilo que escreveram e polvilhando de graça inofensiva certos quadros da revista que – repetimos não cansa o espectador, originando até, por vezes, o seu interesse e o seu entusiásmo.

         Não se pode, por isso, afirmar, sem que se seja injusto, que a peça se salva, apenas, pela intenção. Não senhor. Os seus autores merecem os elogios mais rasgados porque demonstram qualidades muito apreciáveis e porque dentro da intenção que, certamente, os animou, foram além do que é legítimo esperar-se de amadores que escrevem para que outros amadores representem.

         Quanto a estes últimos, é que o caso muda um pouco, muda mesmo muito, de figura.

         Nêste género difícil de teatro, raras vezes ou talvez tenhamos visto por amadores aquilo que no sábado nos foi dado presenciar no correr da revista Ao cantar do Galo.

         Sabiamos que o grupo dos Galitos de Aveiro tinha fama e tradições. Mas muito longe de nós a ideia de que fôsse possível apresentar-se um conjunto de tal modo homogeneo e perfeito que, em determinados momentos, tivemos a ilusão de estar assistindo a um espectáculo realizado por profissionais, por autenticos profissionais, para quem o palco não tem segredos e a arte é dom natural, patenteado sem habilidades que o diminuam, duma maneira elequente, que sabe falar alto à nossa sensibilidade.

         Destacaremos, de início, o friso gentilíssimo de raparigas que fazem parte do conjunto.

         Distintas na sua modéstia de tricanas, sabendo dizer e sabendo cativar pela naturalidade com que se apresentam, as componentes do grupo dos Galitos, desde as figuras que tiveram trabalhos de maior responsabilidade, até às simples coristas, foram duma justeza e duma perfeição verdadeiramente notáveis, dando-nos a ideia nítida dos milagres que é possível realizarem-se neste particular, quando sabem aproveitar-se convenientemente as vocações e quando uma mão firme e disciplinadora consegue impôr o seu domínio.

         A cêna  da “polícia turística” é vistosa e de grande efeito, valorisando-se pela certeza e pela originalidade das marcações.

         Lourdes Teles, chefe da polícia em questão, soube impor a sua mocidade radiosa, o mesmo acontecendo na borboleta, onde evidenciou as suas qualidades de dançarina eximia.

         Encantandor o quadro Malmequeres em que Carolina Lemos, figura insinuante e cheia de graciosidade, com a sua voz de oiro cantou impregnada de doçura.

         Maria da Apresentação Lima brilhou na “mulher das camarinhas”, alcançando um sucesso no quadro “espumante com Sebastião Amaral. Este quadro, duma delicadeza subtil e dum belo efeito decorativo, é dos melhores senão o melhor da peça. Por ele passou Maria da Apresentação Lima, enchendo-o com a luz dos seus olhos negros, com a graça do seu sorriso e com o encanto da sua voz deliciosa.

         Brilham também, nos diferentes papeis que lhes estavam confiados, Maria Augusta Amaral, Antónia do Vale, Amélia Nogueira, Maria Morais Gamelas, Maria José Couceiro, Maria Ávila Ferreira, etc.

         Do elemento masculino, José Duarte Vieira destacou-se como compère; António José Flamengo, nas declamações; Mário Teles, na D. Câmara e no Pedrinho; Firmino Costa no tio Bonifácio; Nuno Meireles, que cantou muito bem o tango Má Sina; Sebastião Amaral, primoroso no Espumante – e todos os outros, em papeis secundários, souberam manter a harmonia do conjunto.

         Das duas apoteoses, Viva o Desporto, marcou pela côr, pela alegria e pelo movimento.

         Os bailados conseguiram justíssimo sucesso, porque enfeitam a revista sugestivamente, dando-lhe ares de grande revista.

         Côros soberbos e música viva, saltitante, de inspiração muito feliz.

         Orquestra, sob direcção de Alexandre Prazeres cumprimdo a contento.

         Guarda-roupa de Jaime Valverde magnífico, de grande efeito, como poucas vezes se vê em companhias de tournée, precedidas de grande fama.

         Bons os cenários, expressamente pintados para o fim.

         O público, enchendo o teatro, aplaudindo com entusiásmo, correspondeu à gentileza da visita dos Galitos – e fez-lhe justiça.

         Num dos intervalos, os grupos cénicos locais homenagearam o conjunto artístico de Aveiro. Foi um gesto simpático, que a assistência recebeu com agrado.

         Não querendo ser profectas, parece-nos que, numa outra representação da peça Ao cantar do Galo o Teatro Avenida voltaria a encher-se. Pelo menos era lógico.

         E aí vai, mais uma vez, a nossa saudação à cidade de Aveiro, pelo seu admirável grupo de amadores teatrais.” 

                                                                           J.C.

 

15) in O Povo de Aveiro de 12 de Julho de 1936:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

16) in O Correio do Vouga de 18 de Julho de 1936:

 

 

 

 

 

17) in O Democrata de 18 de Julho de 1936:

 

         “Ao Cantar do Galo” – A Imprensa de fora de Aveiro continua a tecer os mais rasgados elogios à famosa revista.

 

De O Despertar, de Coimbra:

         Ao cantar do Galo foi um espectáculo que a todos agradou, pela sua urdidura, pelo impecável desempenho de todos os seus valiosos personagens, pelo riquíssimo guarda roupa que tem, marcações, córos, cenários  e músicas; enfim, tudo ali se nos apresentou com invulgar correcção, fazendo-nos esquecer, por vezes, que estavamos em presença de amadores…

         Um interessante grupo de raparigas de Aveiro – donairosas como o são tôdas as filhas da linda cidade do Vouga – e uma importante selecção de rapazes que honra os Galitos, formam um elenco que prestigia sebremaneira o club e a cidade a que pertencem.

         Todos os quadros foram delirante e merecidamente aplaudidos; no entanto, aqueles que mais nos agradaram foram: “Malmequeres” e “Espumante”, que, só por si, bastavam para consagrar aquele conjunto de amadores.

         E já agora, para concluírmos o pouco do que dissemos sobre este muito apreciado grupo cénico, permitam-nos que destaquemos o trabalho de D. Lourdes Teles, a 1ª comère e José Duarte Vieira, compère, que se mantiveram em cena sem o mais pequeno deslise.

         Isto, é claro, sem desprimôr para o restante grupo que se houve, repetimos, de forma a merecer os mais rasgados e francos elogios.

*

         No final do 1º acto os grupos cénicos do Coimbra Club e Dr. José Rodrigues, desta cidade, ofereceram aos visitantes, respectivamente, um ramo de flores naturais e uma pasta artística, contendo uma bem burilada mensagem.

         Tão louvável iniciativa deu logar a que se erguessem ininterruptos “vivas” a Aveiro e a Coimbra.

         Agradeceu as ofertas o sr. António José Flamengo, director-cénico dos Galitos.

*

       Foi, enfim, um espectáculo agradável, que terminou noite velha, deixando em todos as mais agradáveis impressões.

         ¡Bem hajam os Galitos !

 

         De uma crónica da mesma cidade para o Primeiro de Janeiro, do Pôrto:

         Esteve no nosso teatro, no fim da semana última, um grupo cénico de Aveiro que deixou na nossa plateia as melhores e mais agradáveis impressões.

         De facto, não é possível conseguir-se um conjunto de amadores com tantas aptidões e tanto entusiasmo pela cêna, como o dos “Galitos” que veio dar-nos uma noite de verdadeira beleza, a merecer inteiramente os vibrantes aplausos com que foi recebido êsse tão simpático grupo.

         Destacamos êste facto porque é bem merecedor de devido relêvo pois não só êsse distintos amadores constituíam uma graciosa embaixada da cidade do Vouga, pela qual Coimbra tem uma especial estima, mas também trouxeram-nos a demonstração de que aquela linda terra conta com elementos valiosos êsse género artístico, e nos dois sexos, e autores dramáticos e compositores musicais com superiores méritos para a elaboração duma obra teatral nas condições da interessantíssima peça Ao cantar do galo.

         Não vamos além do apreço que merece essa exibição do aplaudido grupo cénico, afirmando que dificilmente se encontra um tão homogéneo conjunto nos próprios profissionais de teatro.

         O grupo dos “Galitos”  deverá inscrever nas suas noites gloriosas, mais esta récita em Coimbra, pelas belíssimas impressões deixadas, pelo caloroso acolhimento havido e vibrantes aplausos justamente dispensados. 

         E tanto assim é que o ilustre médico oftalmologista, dedicado aveirense, mas de sempre filho adoptivo muito querido desta cidade, sr. dr. Abílio Justiça, um desvelado amigo dos pobres, duma extraordinária abnegação na sua tão distinta vida profissional, tem recebido os melhores cumprimentos por se julgar devida à sua acção, a vinda a Coimbra dêsse encantador grupo de amadores da chamada Veneza de Portugal.

 

De O Ilhavense, de Ílhavo:

         Até ao cronista tinham chegado as mais elogiosas referências àcêrca da revista Ao cantar do Galo, posta em cêna por um grupo de amadores da vizinha cidade de Aveiro.

         Independentemente dessas informações, era desejo nosso conhecer a peça, assistindo a uma das suas exibições como pagante, visto que, para a imprensa de Ílhavo, nunca chegam os lugares cativos do Teatro de Aveiro…

         Aguçada, assim, a nossa curiosidade com o rèclame que se fazia à revista, a vontade de a vermos recrudesceu, como é natural. E lá fomos, segunda-feira última, devendo confessar, desde já, que em boa hora o fizemos e mais vezes tencionamos assistir a tão interessante manifestação artística.

         Conhecíamos, há largos anos, o meio teatral aveirense, - de amadores, está claro – pois que impossível se torna esquecer a maneira correcta e distinta como em tempo ali foram representadas as Cavalaria Rusticana, Madre del Cordero, Báteo, Marcha de Cadiz, Moleiro de Alcalá, Caldeirada e tantas outras produções, exibidas naquele teatro, que dificilmente, será possível pôr em cêna com o mesmo brilho e correcção em qualquer outra terra da categoria da de Aveiro.

         Manuel Moreira, José de Pinho, Guimarães, José Parracho, Abel Costa, Aurélio Costa e tantos outros auxiliados, proficientemente por um grupo gentilíssimo de tricanas, não se apagam com facilidade da nossa memória, ainda mesmo que a êles nos não sentíssemos ligados por uma forte amizade.

         Mas a verdade é que, a-pesar-de tudo isso, nós nunca poderíamos supor que, dadas as exigências modernas de teatro da especialidade em que uma arte especial e uma fantasia vaporosa se aliam para a realização de um conjunto que tem o objectivo de nos deslumbrar pelo feérico e divertir pelo imprevisto e pelo cómico, nunca poderíamos supor, repetimos, que em Aveiro um grupo de amadores, quási inexperientes, nos pudesse proporcionar um tão interessante espectáculo como aquele a que tivemos o prazer de assistir.

         Ao cantar do Galo é qualquer coisa de muito apreciável, indubitávelmente superior a tantos e tantos  embrógliosteatrais do género exibidos em Lisboa e Porto, que não sabemos porque malas-artes  se manteem mêses seguidos no cartaz!…

Escrito sem a mais leve sombra de pornografia e em português correcto Ao cantar do Galo contribúi para o levantamento do teatro nacional nesta hora em que nos preocupa, sobretudo, o tema da educação. Evidentemente que seria forçar muito a nota ocultando que a revista tem deficiências e algumas exuberâncias, especialmente na dialogação que, por vezes, é monótona pelo tamanho e carência de verbe. Mas a verdade é que – diga-se – escrever com a graça cáustica de Molière ou o espírito mordaz de Aristófanes ou Gil Vicente ou mesmo o chiste còmezinho de alguns revisteiros portugueses como Shwalvach, Guedes de Oliveira, Galhardo e outros, não é tarefa muito fácil. O comentário leve, mas jocoso, às individualidades em destaque, ou aos acontecimentos de momento é sempre difícil.

         A grande verdade, porém, é que Ao cantar do Galo se tem lacunas desculpáveis, no entanto, quadros duma aliciante beleza que nos impressiona muito agradàvelmente. É uma tentativa que merece ter seguimento e que deve ser acarinhada e protegida por todos os aveirenses dignos dêste nome.

Para o merecer se esforçaram os autores da revista, srs. José Vinício Meireles e Manuel Vilhena Ferreira, os autores da música, srs. Nóbrega e Sousa, Alexandre Prazeres, António Lé, Leonilde Rosa, Manuel Martins, Armando Silva, Luíz Manuel Rodrigues e Nuno Meireles, os coreógrafos Srs. Otelo Moreira, Gaspar Liorne, João M. Oliveira, Edmundo Curralo, Carlos Júlio Duarte, Lourenço Limas e João Salgueiro e todos os que trabalharam para dar a Aveiro alguma coisa de belo no género.

Sim, todos concorreram para o bom êxito daquele trabalho, mas o principal encanto de tudo aquilo, reside no primoroso desempenho que á revista dá o grupo alado de gentilíssimas raparigas que ali se exibe, radiante de mocidade, lábios florindos num sorriso perfurmado, e olhos derramando ternura e meiguice em catadupas!

A sua arte empolga-nos e os seus encantos cativam-nos!

Um brado muito sincero ao soberbo friso de raparigas!

         Ao cantar do Galo, está luxuosamente pôsto em cena. Os cenários são vistosos e todos os trajos de Valverde são dum recorte moderno e atraentes nas côres.

         A música, sem pretensões orquestrais, é quási tôda ela de rítmo agradável. Os quadros Malmequer Espumante, sem dúvida os melhores da revista, são dum sugestivo encantamento, onde a encenação, a música e os efeitos de luz, se casam para um deslumbrante conjunto que faz vibrar todos os corações de admiração e alegria.

         É digno de ser visto por tôdas as plateias do país o belo trabalho dos nossos amigos e vizinhos. Assim o entendem os dirigentes do grupo, pois foram ontem a Coímbra e irão brèvemente a Vizeu e Viana do Castelo. Estamos certos de que em tôda a parte hão-de fazer justiça ao seu esfôrço, aplaudindo-os e acarinhando-os.

Bem merecem!

 

A nossa revista,  Ao cantar do Galo, representa-se de novo, na próxima terça-feira, no Teatro Aveirense e em 26 do corrente em Viana do castelo.

 

18) in O Correio do Vouga de 25 de Julho de 1936:

 

 

19) in O Democrata de 25 de Julho de 1936:

 

“Ao cantar do Galo”

Com outra enchente, à cunha, representou-se de novo, terça-feira, no Teatro Aveirense, esta revista local que tanto sucesso tem obtido, sendo cantada pela primeira vez a Serenata, que agradou plenamente.

         O barco regional – moliceiro – com balões á Veneziana, produziu soberbo efeito, fazendo destacar, ainda mais, o quadro Aveiro de noite já de si surpreendente.

         Sebastião Amaral cantou a solo, admiravelmente, acompanhdo por um côro en ré, cêna que sobressaiu bem, como a música, original do nosso amigo Prazeres Rodrigues.

 

 

20) In O Democrata de 1 de Agosto de 1936:

 

         No Teatro Sá de Miranda

 

         (…) Á noite representou-se, como estava anunciada a nossa revista, que tanto sucesso tem alcançado, dando lugar às mais entusiásticas ovações. A casa estava completamente cheia, vendo-se muita gente de pé. Quási todos os números foram repetidos, não havendo palavras que traduzam o que ali se passou. Só visto!

         No intervalo houve troca de galhardetes de palmas e de fitas, tendo usado da palavra o sr. José Duarte Simão, um componente do rancho de Meadela que leu uma saudação e por último o sr. dr. Mendes Carneiro, professor do liceu que assim falou:

         Ilustres Visitantes:

         Quizera o Grupo Cénico do Sá de Miranda possuir abastados rebanhos para, à semelhança daquêle pai de que nos fala a parábola do filho pródigo, abater hoje, em vossa honra, o seu melhor vitelo. Mas, ai dêle! que só póde sacrificar, aliás muito gostòsamente, na ara das homenagens que vos são devidas, um modesto carneiro.

         Queridos Aveirenses:

         Esta vossa visita de hoje, tendo o condão de vir reacender o rescaldo do fogo sagrado em que vivem abrazadas as gentes das cidades lindas da Beira-Vouga e da Beira-Lima, tem também o dom de evocar aquela hora rúbrica única –maré alta de entusiasmo! – em que, nos Galitos os olhos feiticeiros da vossas azougadas tricanas, quais outras fontes de Juvénia, dando a tantos de nós, os que já dobrámos o cabo tormentoso dos quarenta, a dôce ilusão duma mocidade, aliás perdida, - êsses olhos de encantar levaram-nos a fazer côro com as suas vozes frescas, musicais, gargantas argentinas onde cantam rouxinois, impeliram-nos a trocarmos nossos abraços no redopiar de dansas, - pois todos ali cantámos, pois todos ali dansámos: - novos e velhos, velhos e novos!

         Ah! Como está presente na nossa memória, viva no nosso coração, clara nos nossos olhos, a fidalguia com que Aveiro acolheu Viana nas Meninas da nossa barra…, - flôres, palmas, vivas, música, calor que só do coração póde brotar! E todo êsse espectáculo quente, todo êsse cenário vibrante, nós o trouxemos direitinho, aconchegado nas vossas delicadas gôndolas a navegar no mar das meninas dos nossos olhos.

         Que bela embaixada esta com que pagais a nossa última visita! Connôsco ía, é certo, o nosso melhor poeta, Salvato Feijó: convôsco vem o vosso mais alto orador, Alberto Souto. 

Que excelente peregrinação esta vinda das terras espalmadas do Vouga, o rio que, na sua sentença de forçado, caminha para o mar num espreguiçar-se saudoso pela populosa e linda Gafanha, pela buliçosa e fresca Costa Nova, pelo exuberante e sugestivo S. Jacinto!

Que melhores representantes poderiam acreditar Aveiro junto de nós, Aveiro que foi pátria de audaciosos nautas, refúgio de princêsas santas, lar donde se erguem, como a vigorosa ave rompante do seu nobre brazão de armas, a mais potente voz dum português de lei, - José Estêvão Coelho de Magalhães. O fogo da sua eloquência conquistou-lhe as merecidas palmas académicas; o ardôr com que se bateu pela Liberdade grangeou-lhe o significativo Colar da Tôrre e Espada!

Senhores Excursionistas:

Sois possuidores de magestade bastante para que encarneis, nêste momento, aquêle rei que, encimado, vendo chegar junto de si um pobre homem, que nós personificâmos, que lhe levava alguma água na concha das suas mãos, o recebeu alegremente, não olhando à pouca qualidade daquêle serviço, mas sómente à vontade com que se lhe ofereceu.

E vós, briosos componentes do Grupo Cénico dos Galitos que aqui estais a Cantar de Galo – e muito bem! – aceitai os protestos da nossa muita admiração, do nosso veemente aplauso na singeleza da lembrança que ousâmos, no vosso regaço amigo.

É modesto trofeu, mas agasalhado no recanto-museu da vossa séde, êle há-de por certo, ajudar-vos a recordar, não um engano de alma lêdo e cego, mas uma afeição que vimos cultivando como preceito religioso, - fogo que quanto mais arde mais consola, que quanto mais queima mais alimenta, que quanto mais se comunica mais se aviva; que é alegria sempre que vos vêmos chegar, que é pena sempre que vos vemos partir, - e depois saudade, muita saudade! Saudade sempre!

 

***

No dia seguinte repetiu-se o espectáculo com o mesmo entusiasmo do dia anterior. 

A despedida

Se a recepção foi imponente a despedida não se descreve. Foi um delirio. Todo aquele povo amigo, como que atraido por um íman, veio á estação trazer-nos o seu abraço afectuoso tendo o comercio, para dar maios realce á manifestação, encerrado as suas portas.

***

Impossível dar uma pálida ideia, sequer, do que se passou em Viana. O delirio, a loucura, o entusiasmo vivo de aveirenses e vianenses quando se encontram, durante as horas que conviveram na princeza do lima, são indescritíveis, não havendo penas que os possam relatar. A nossa reportagem é, pois, inexpressiva, incolor, talvez menos fiel. Há coisas que se vêem e se sentem, se sentem e não se podem traduzir por palavras. Foi o que aconteceu em Viana com todos os que partiram de Aveiro.

Dissemos na semana passada que as duas cidades pareciam amigas do mundo. Depois do que se passou não resta dúvida nenhuma.

E, de facto, onde existem duas terras, onde, que se estimem, que se queiram, que se votem tão fraternal carinho, como Aveiro e Viana, onde?!        

 

 

21) in O Democrata de 8 de Agosto de 1936:

 

Ao cantar do Galo

Tendo de retirar, temporàriamente, desta cidade, o ensaiador da revista, António José Flamengo, a direcção do Grupo, reuniu, na noite da penúltima sexta-feira, no palco do Teatro, numa festa de confraternisação, todos os seus componentes e outros convidados, aos quais oferecu um fino copo de água, que serviu de pretexto para o homenagear e a quantos com o seu esfôrço e boa vontade contribuiram para proporcionar aos aveirenses horas de inefável prazer espiritual.

Depois do sr. João Ferreira de Macedo, da direcção do Grupo, ter explicado o motivo daquela festa, falou o sr. dr. Alberto Souto, que, em palavras claras, disse da sua satisfação e do seu regosijo, pondo em destaque a revista que os nossos amadores teem representado, enaltecendo-a, bem como aos que trabalharam para a pôr em cêna. Exteriorisou tôda a sua satisfação ao ver a maneira como tem sido acolhida pelo público e, nessa ordem de ideias, salientou o ensaiador, o maestro Prazeres Rodrigues e os autores da peça, um dos quais, José Meireles, que, como os dois primeiros, estava ali presente.

Os homenageados agradeceram as palavras elogiosas que lhes dirigiram, tendo-se produzido manifestações que muito os sensibilisaram.

Em seguida foi improvisado um baile que se prolongou até bastante tarde.

***

Na noite de ontem devia ter-se representado no Teatro Aveirense, pela última vez nesta época, a nossa revista, que tanto sucesso alcançou em Viana do Castelo, depois de aqui ter obtido enorme êxito.

A avaliar pela marcação dos bilhêtes é de calcular que nova enchente se tivesse registado.

       

22) in O Democrata de 15 de Agosto de 1936:

 

         “Ao Cantar do Galo” – A Imprensa de fora de Aveiro continua a tecer os mais rasgados elogios à famosa revista.

 

         Do Notícias de Viana, de Viana do Castelo:

         Quando uma plateia inteira se mantem teimosa e satisfeita até às 3 da madrugada a reclamar a repetição da quási todos os quadros de uma revista, aplaudindo-os com agrado manifesto; quando a revista se repete em dois espectáculos sucessivos perante assistências extraordinárias, rècords; quando as palmas reboam pela sala com uma retumbância e um ferneis inusitados, dados por mãos que acusam – e não sem razão – de frias e mal agradecidas; quando tudo isso sucede , num impulso de sublime sinceridade, francamente: a  apreciação à obra representada está feita.

         Seria, no entanto, indelicadeza – e criminosa – recusar a expansão das impressões Ao cantar do Galo, representada por distintos amadores aveirenses que juraram, íamos garantir, continuar as tradições brilhantíssimas da pleide de tricanas e galitos que desde 1909 nos assombra com a sua arte que reputamos mais um dom de Deus que uma virtude adquirida no aproveitamento da sua inteligência e do seu gôsto por tudo quanto há de belo nas várias manifestações artísticas e estéticas.

         Posta em cêna em requintes de gôsto apurado, em uma diversidade de cenários todos muito felizes e guarda-roupa luxuoso, que são outros tantos motivos de insofismável agrado, a revista Ao cantar do Galo constitui, principalmente, um espectáculo de feèrie que a música, harmoniosou, saltitante ou embaladoura, realça mais ainda.

         Não neguemos, também, à graciosa coreografia da peça o lugar a que tem jus, principalmente pelo sal e pimenta com que a salpicaram os lindos palminhos de cara que a compuseram e interpretaram.

         Desde os recuados tempos da Alma de Dios, dos 20.000 dollars e a seguir, da Caldeirada, que nos habituamos a acreditar piamente e firmemente na “queda” teatral dos rapazes e raparigas de Aveiro. Se desta vez nenhum elemento feminino açambarcou privilégios de “estrêla”, o certo é que muito apreciamos o equilíbrio do desempenho e da gracilidade dos mesmos elementos femininos que ombrearam com encargos mais sérios. Lourdes Teles, Carolina Lemos, Maria da Apresentação Lima, Maria Augusta Amaral, Maria José Couceiro, Maria Avia Ferreira, Deolinda Borrêgo e tôdas as mais, encheram de luz a ribalta solene do Sá de Miranda e impuseram faculdades crèdores do sempiterno aprêço que devotamos à arte impressionante e ao encanto também impressionante das tricanas de Aveiro. Já para o enlenco masculino sentimos o dever imperiso de distinguir artistas, José Vieira, magnifico de sobriedade; Sebastião Amaral, artista na mais pura expressão da palavra; Nuno Meireles, senhor de uma voz excelente, apreciadíssima, Mário Teles e Firmino Costa, rabolistas conscienciosos, ganharam a vanguarda, em pelotão, pôsto que o resto da coluna os persiga de bem perto, encorajada pela mesma vontade e entusiasmo.

         Números mais aplaudidos? Nenhum.

         O público a todos ovacionou por igual. Todavia, não andaremos longe da verdade se pusermos em destaque Espumantes, Modernistas, Malmequeres, Salineiras e Marnotos, os tipicos Higienista, Mulheres das Camarinhas  e Ovos Moles.

         A apoteose final, consagração ao esfôrço dos mareantes de Aveiro, e Aveiro à noite, pelo seu sentido social, igualmente merecem um lugar da 1ª fila.

         E muito nos caberia dizer de uma revista que, nem por ser local, não deixou de arrebatar a plateia vianense de ordinário tão fria e indiferente.

         Se houver quem considere suspeitas estas referências pelo muito que admiramos Aveiro, acreditem sôbre a palavra de honra, que procuramos, apenas expandir uma opinião meramente particular e, de qualquer maneira absolutamente livre.

 

A.   C.

 

Ecos de Caciasob o título Imbecis e maus, diz:

Só na sua quinta representação no Teatro Aveirense nos foi

dado poder assistir à revista-fantasia Ao cantar do galo, que o Grupo Cénico do Club dos Galitos pôs em cêna com grande brilho.

         Não é intenção nossa, ao tracejar estas linhas, fazer a crítica do espectáculo a que tivemos o prazer espiritual de assitir no passado dia 21. Tal missão não nos pertence, mas sim a outros de maior saber e competências. Nêste breve rascunho apenas é nosso desejo fazer breve referência ao ambiente criado por certos cretinos de crítica fácil à volta daquela revista e do Grupo Cénico que a levou à cêna.

         Não faltou, com efeito – e o contrário muito seria de pasmar … - quem, por espírito derrotista, pretendesse diminuir aos olhos dos outros o valor da peça e do trabalho daquêle Grupo. Felizmente, porém, que êsses imbecís que tudo pretendem derrubar, num desprezo total pelo esfôrço alheio, são em número diminuto. Mas no entanto, número suficiente para criar certa reserva no espírito do espectador menos prevenido, levando-o muitas vezes a realçar na sua imaginação as pequenas falhas que a obra tem em detrinento das grandes virtudes que a impõem ao critério das pessoas sensatas.

         A revista Ao cantar do Galo apresenta defeitos?

         Quem haverá que o negue?

         Mas serão tais defeitos motivo forte e assás justo para condenar em absoluto o espectáculo, até à afirmação de que apenas ali tem valor a riqueza do guarda-roupa, a perfeição dos cenários… e as carinhas das pequenas que nêle tomam parte?… Só por espírito de mal dizer tal se póde afirmar.

         Não, desprezíveis tratantes; o Grupo Cénico do Club dos Galitos, confirmando velhas tradições, apresentou obra que muito honra não só aquêle grupo mas ainda a cidade a que pertence e que, por tal motivo e sem reservas, todo o aveirense deve louvar e aplaudir.

         Onde há aí terra do país que se possa orgulhar da apresentação de um espectáculo com tal magnificiência e com um conjunto artístico, observada a peça em todos os seus sectores, tal como Ao cantar do Galo?

         Sim, respondei, cretinos que de tudo dizeis mal só pelo prazer doentio de – Bota-abaixo!

         Que Ao cantar do Galo tem defeitos! Sim, tem. Mas que valor se póde dar de bôa fé a tais defeitos, analisada a obra no seu conjunto ela interessa como espectáculo?

         Corja de imbecís!

                                                                 Ésse Torres

 

23) in O Democrata de 14 de Novembro de 1936:

 

 

24) in O Democrata de 12 de Dezembro de 1936:

 

 

 

 

 

25) in O Democrata de 19 de Dezembro de 1936:

 

 

 

 

 

26) in O Democrata de 26 de Dezembro de 1936:

 

 

27) in O Democrata de 6 de Fevereiro de 1937:

 

 

28) in O Democrata de 13 de Fevereiro de 1937:

 

 

29) in O Democrata de 20 de Fevereiro de  1937:

 

(…) Como anunciámos tivemos na quarta-feira a repetição de Ao cantar do Galo, em benefício das famílias pobres que sofreram  com as inundações de Janeiro, marcando o teatro outra enchente. Muitos espectadores de fóra. Os principais números visados, entre os quais o canto da cigana desempenhado por D. Orquídea Flores.

         Ao cantar do Galo bateu o record das revistas de amadores aveirenses e essa circunstância julgamos ser o bastante para que fique de memória, para honra dos que nela entraram.

 

 

30) in O Povo de Aveiro de 21 de Fevereiro de 1937:

 

 

 

31) in O Democrata de 27 de Fevereiro de 1937:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

32) in O Povo de Aveiro de 7 de Março de 1937:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

33) in O Democrata de 13 de Março de 1937:

 

 

 

34) in O Povo de Aveiro de 14 de Março de 1937:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

35) in O Povo de Aveiro 21 de Março de 1937:

 

 

 

 

36) in O Povo de Aveiro de 4 de Abril de 1937:

 

 

 

 

 

 

 

37) in O Povo de Aveiro de 11 de Abril de 1937:

 

 

 

 

 

38) in O Democrata de 17 de Abril de 1937: 

 

 

 

 

39) in O Povo de Aveiro de 9 de Maio de 1937:

 

 

 

40) in O Democrata de 15 de Maio de 1937:

 

 

41) in O Democrata de 27 de Maio de 1937:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

42) in O Democrata de 12 de Junho de 1937:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

43) in O Correio do Vouga de 19 de Junho de 1937:

 

 

44) in O Democrata de 19 de Junho de 1937:

 

 

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